quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Testamento Político ou Campanha Presidencial?



«Devo à Providência a graça de ser juiz: por muito pouco estou preso à roda da fortuna, nem falta me fizeram nunca verdinhas, amarelinhas, e quiçá azulinhas. E para ganhar na esfola, na modéstia a que me habituei e em que posso viver, o pão de cada dia, não tenho de enredar-me na trama dos negócios ou em comprometedoras solidariedades de alguns esfolas mau perdedores. Sou um homem independente. Nunca tive os olhos postos em clientelas políticas nem procurei formar partido que me apoiasse mas em paga do seu apoio me definisse a orientação e os limites da acção governativa do clube esfola. Nunca lisonjeei os esfolas, diante de quem tantos se curvam no Mundo de hoje, em subserviências que são uma hipocrisia ou uma abjecção. Se lhes defendo tenazmente os interesses, se me ocupo das reivindicações dos humildes esfolados, é pelo mérito próprio e imposição da minha consciência de governante supremo e timoneiro, não por ligações ou compromissos eleitorais que me estorvem pois no esfola não existem eleições. Sou, tanto quanto se pode ser, um homem livre. Jamais empreguei o insulto ou a agressão de modo que homens dignos se considerassem impossibilitados de colaborar. No exame dos tristes períodos que nos antecederam esforcei-me sempre por demonstrar como de pouco valiam as qualidades dos homens contra a força implacável dos erros que se viam obrigados a servir. E não é minha culpa se, passados um ano de uma experiência luminosa, eles próprios continuam a apresentar-se como inteiramente responsáveis do descalabro, visto teimarem em proclamar a bondade dos princípios e a sua correcta aplicação à Nação Esfola. Fui humano».

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